Depois de mais de duas semanas tentando deixar tudo pronto para fazer essa cobertura era hora de começar a trabalhar. Eu já estava cansado, resolvi cochilar um pouco enquanto assistia ao jogo de beisebol na TV. O Boston Red Sox perdia por 13 a 1 para o Tampa Bay Rays, mas isso não interessa agora. O interessante é que à meia-noite começaria uma festa pré-OREM organizada pelo diretório acadêmico de medicina da UNIG, o DARCT (Dir. Ac. Renan Catharina Tinoco), que serviria para dar as boas vindas ao pessoal que já havia chegado à cidade.
Durante o período da tarde eu ainda não tinha percebido nenhuma movimentação diferente em Itaperuna, porém enquanto eu saía do banho, ouvi uma música bem alta vinda da direção dos shoppings. Um pouco depois meu irmão chegou em casa e logo me disse: “Ta cheio de gente lá na rua”.
A Caminhada Noturna
Essa uma hora de descanso me deixou mais relaxado e disposto. Às 23h58 saí de casa, fui andando para sentir o clima da cidade, quando cruzava a ponte já percebi que seria uma terça-feira mais animada do que uma sexta de movimento itaperunense normal. Chegando perto do shopping velho, duas garotas retiravam malas enormes do porta-malas de um carro popular e nos fundos, uma lâmpada estroboscópica piscando, na praça de alimentação muitas mesas estavam ocupadas, o que não é normal à essa hora. A música que eu ouvi em casa, vinha lá dos fundos, comprei uma lata de cerveja e fui até lá, a visão era surreal, o restaurante Las Ollas, que há um bom tempo não conseguia ficar lotado, nesse momento tinha uns quatrocentos estudantes recém chegados com muita vontade festejar transformando o restaurante em uma boate. Gente por toda a parte, dançando, conversando, tinha até gente em pé em cima da cadeira. Conversei com um cara que estava perto do caixa com seus amigos, ele me disse que os que estavam lá eram todos da Souza Marques e que uma banda de pagode se apresentaria mais tarde. Resolvi continuar meu caminho até a festa, no meio do caminho até bateu um arrependimento na cabeça, eu deveria ter ficado um pouco e tirado algumas fotos, mas estava na hora programada para o início da festa.
Mais passos a direção noroeste da cidade, mais especificamente em frente à rodoviária, a praça estava também completamente lotada, todos os três quiosques. Comprei mais uma cerveja segui em direção ao Itapuã Clube, no percurso vários apartamentos tinham uma movimentação similar a um final de semana festivo.
Em frente ao portão
Depois dali que comecei a perceber que realmente teria bastante gente na festa, quando me aproximava do clube, carros passavam com música alta e buzinando, grupinhos de pessoas iam conversando. Um desses até já estava cantando o hino da Gama Filho: “Medicina, Gama filho/ É tradição, acima de tudo/ A união. Um copo de pinga/ Em cada mão/ Olê, olá, olê, Gama!”.
Do lado de fora do portão a festa já havia começado, como a entrada não havia sido liberada o pessoal resolveu começar a agitar do lado de fora mesmo, o que geralmente acontece por causa das poucas entradas disponíveis e o grande número de trailers em frente ao portão. Comprei mais uma cerveja e fiquei rodando por lá conversando com conhecidos esperando a oportunidade de poder entrar. A cerveja que estavam vendendo por lá não estava gelada o suficiente, quando a lata estava pela metade ela já tinha esquentado, o que fez com que eu não comprasse mais nenhuma do lado de fora e ficasse com mais vontade de entrar.
Party On!
Depois de passar pela pequena ponte que liga a ilha onde fica o Itapuã Clube e a entrada, logo vi uma tenda de cerveja, o melhor de tudo que ela estava praticamente vazia. “Chega de esperar por mais cervejas” pensei enquanto ia a direção da barraca. “Tem que comprar ficha, lá do outro lado” me disse o cara depois que pedi uma.
Eram cerca de quatro tendas distribuindo a cerveja, mas só uma vendia as fichas, não era uma tenda era um local fixo que fica ao lado palco, do lado esquerdo, que deve ter sido projetado originalmente para servir como bar do local. Enfrentei uma batalha maior ainda para comprar as fichas do que para entrar, todo mundo se espremia novamente. Não era meu dia de sorte. Para evitar ter de passar por isso novamente calculei quantas latinhas eu consumiria até o fim da noite, separei o dinheiro e fui à luta. Comprei as minhas e de um amigo, saí de lá suado e com sede. Eram 02h15, uma hora depois de começar a entrar consegui finalmente pegar minha cerveja e fui fazer reconhecimento de campo.
Como eu já disse eram quatro tendas distribuindo cerveja. Três em volta da pista de dança e uma lá maior lá em baixo, estavam no mesmo lugar que na Tonteria Geral, mas desta vez não havia barracas de drinks. Além da pista de dança onde se apresentaram o DJ Luciano Guydon e a banda de pagode Momento Certo, enquanto esta tocava a tenda eletrônica começou a funcionar, ela se situava perto da barraca maior, do lado de fora.
A festa foi tranqüila, encontrei algumas pessoas que não via há algum tempo, tomei minhas cervejas e dancei um pouco. Em certo momento um sujeito me abordou: “Cara, achei que sua camisa era do Cruzeiro, ia até te zuar agora”. Eu estava usando a camisa do Chelsea FC da temporada passada que lembra algumas camisas do time mineiro. “Por quê? Você torce pelo Atlético Mineiro?”, perguntei. O cara respondeu positivamente com a cabeça. “Então agora que você vai poder me zuar mesmo, sou Flamenguista!”, me referindo à derrota por 3 a 0 para o time dele. Conversamos mais um pouco, ele até me apresentou uma garota que eu já conhecia.
Rodei mais um pouco por lá, mas o relógio já marcava 04h e pouca, resolvi voltar para casa, troquei as poucas fichas que restavam em cerveja e segui caminho de volta.
Pra fechar a noite
Estava pensando em passar no shopping novamente, mas o movimento já havia terminado. A volta foi tranqüila, sem nenhuma surpresa até passar em frente ao 10 de Maio, as luzes continuavam acesas e uma bandeira enorme foi pendurada na lateral do prédio, nela um leão mostrava os dentes sobre os dizeres “Leões da UFF”. Parei por ali um pouco, conversei com um pessoal que estava do lado de fora, falei que estava fazendo a cobertura e eles me convidaram para voltar na manhã seguinte para assistir o handebol feminino que aconteceria na quadra do colégio e mostraram uma das atletas, muito bonita por sinal. Depois tentei entrar para ver o que estava acontecendo, o segurança não deixou porque eu não tinha o crachá de participante, mas deixou tirar algumas fotos. O pátio havia virado uma pista de dança, uma mini aparelhagem de som ditava o ritmo.
Um comentário:
Hahaha... muito bom Thompson...
pooo passei um monte de vezes perto do 10 de maio e num vi a faicha lá... deve ser pelo fato de eu ser total e completamente sem atenção... xD...
o problema do itapuã são essas malditas filas mesmo...
flws... abraço...
Blessed Be...
Postar um comentário